Por mais que tentemos ser originais, sempre seremos vítimas dos modismos. Com viagens não é diferente. O marketing cada vez mais agressivo dos destinos turisticos influencia. Junte eles a seu próprio desejo a infraestrutura oferecida pelas cidades e, pronto!, terá uma boa equação. Antes de entrar nas previsões do futuro, no entanto, vale a pena lembrar para onde iam nossos antepassados.
No periodo entreguerras, somente milionários viajavam. Sempre de navio. Ficavam longas temporadas na Europa, preferencialmente em Paris. Não havia excesso de bagagem: a aristocracia argentina costumava levar uma vaca para o leite das crianças e alguns brasileiros chegavam a embarcar levando o carro e o motorista.
Anos 1920. Apenas milionários tiram férias. Viajam de navio a vapor para longas temporadas na Europa. Em 1927, a Varig começa a operar no Brasil. em 1929 surge a Painair.
Nos anos 1940, viajou-se muito menos. Os Estados Unidos tomaram o lugar da Europa destruída pela guerra. Na década seguinte, os muitos ricos iam de avião e volavam de navio. em geral, tiravam férias a cada dois anos, voltando para a Europa: França, Itália, Suíça, talvez Espanha e Portugal. No Brasil, o Rio de Janeiro é o destino preferido - para mim, ainda é apesar de tudo.
Década de 1960. Os turistas viram surgir o Havaí dos filmes de Elvis Presley. Era o destino de sonho de todos os jovens. Para a lua de mel, era Acapulco, no México. de preferência, no o mítico Las Brisas (http://www.brisashotelonline.com/), o hotel cor-de-rosa até nos jipes que transportavam os hóspedes entre as cabanas. Na Europa, o destino da vez era a Roma da dolce vita, dos filmes de Fellini e dos paparazzi. Por aqui, a musa Brigitte Bardot revelou ao mundo o que poucos cariocas já conheciam : Búzios.
Em menos de dez anos, com a popularização dos jatos, os destinos se ampliaram. A swinging Londres entrou na moda para os vanguardistas - ainda era barato viajar para lá. Levar a família para a Disney com parada em Los Angeles e Las Vegas era desfrutar ao máximo o sonho americano. As reuniões pós-viagem estavam em alta. Receber os amigos para jantar e mostrar slides era um programa que dava muito sono, mas ninguém admitia.
Os anos 1980 Nova york entra no circuito das viagens de sonho americanas. Com ela, surge a onda do turismo cultural. É imprencindível estar antenado com a moda de Milão. E fazer comprinhas em São Paulo.
Chegam os anos 1990. Ir a Paris não basta,há de se perambular pela Provence. O mesmo acontece com as viagens a todas as grandes cidades - o turista agora inclui Toscana, Andaluzia e Nova Inglaterra no roteiro. Descobrir talvez seja o verbo da moda no mundo das viagens. Hoteis de charme e vilarejos desconhecidos estão em alta.
Na década que se encerra, Dubai brilhou na esteira de uma época de excessos (e já está sumindo de novo..).O Sudeste Asiático e a Índia estão em voga. Fazer trekking no Nepal já não parece um absurdo. Os jovens descobrem que a Austrália e a Nova Zelândia fazem parte do Primeiro Mundo (e tem programas de intercâmbio mais baratos). Destinos fora de moda, como Capri, voltam com tudo. E o futuro?
Sem a pretensão de fazer uma lista científica, arriscaria alguns nomes, como a Jordânia. Será por causa de Petra (uma das Sete Maravilhas do Mundo moderno) dos novos hotéis a beira do Mar Morto. Acredito em Santa fé, a Ouro Preto dos Estados Unidos, como destino de americanos e estrangeiros interessados em arte e gastronomia. Maldivas, Maurício e Seychelles serão o destino preferido de casais em lua de mel - os endinheirados, é claro.
Destinos exóticos serão mais procurados. E o Brasil entrará de vez na moda com praias de nomes deliciosos, como São Miguel do Gostoso e Ponta do Corumbau.
No fim, ainda e sempre muitas vezes continuo apostando na eternidade de Roma. E de Veneza, Paris e Rio de Janeiro. [Rui Porto]
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